Postagens

Mostrando postagens de 2019

Outra das Boas escritas de 2019-2

Imagem
ARTE CONTEMPORÂNEA: UMA QUESTÃO POLÍTICA OU UMA CRISE PRÓPRIA DE NOSSO TEMPO? Por Fernando Alves Montanari Este texto se presta a sintetizar os pontos mais relevantes sobre um dado objeto, sendo esse delimitado pelo período contemporâneo e, mais especificamente, à arte que vigora nessa época e, por isso, salvo melhor juízo, as palavras que cumpram fielmente esse papel sejam aquelas que remetem à aceleração da vida hodierna e à postura de massificação e multiplicidade que ela ostenta, intimamente ligadas à: subjetividade, liberdade, cultura popular, liquefação, etc. Dentre outros, a análise desses pontos é de fundamental importância para entender as características da arte contemporânea não só sob viés expositivo, como também às críticas que daí proveem, nem sempre construtivas. Em caminho inverso, iniciemos pela crítica. Nessa esteira a obra de Eduardo Subirats deve ser aqui mencionada, tal como delineia a entrevista que deu nos idos de 2005 à Silvia Carcamo, afirmando que o

Outro texto da série Boas produções (2019-b)

¨ANTIARTE¨ OU ARTE EMANCIPADORA? A ESPERANÇA DE UMA UTÓPIA SURGIDA NO BRASIL DO GOVERNO MILITAR Por  Sergio Omelczuk Junior   INTRODUÇÃO             Diante do título acima, o que se pretende para chegar ao cerne dessa temática, é utilizar-se das palavras e ideias de Eduardo Subirats passadas a Silvia Carcamo, em uma entrevista cedida à mesma, no ano de 2004, e traduzida para o português por Flavia Ferreira dos Santos no ano de 2005. Em um momento posterior, usando as palavras e ideias do entrevistado pretende-se associar a essas o conteúdo do trabalho de Marcelo Mari que aborda o ensaio de Frederico Morais: A crise da vanguarda brasileira . Mais adiante, em outro momento, propõe-se com essa associação de visões contemporâneas, entender a arte representativa de um período histórico brasileiro caracterizado pela repressão, em todos os sentidos, por parte de um regime governamental que vigorava à época. Também se tentará fazer compreensível a sistemática e expansiva dom

Mais um texto da série Boas produções (2019-b)

A ARTE MODERNA NA AMÉRICA LATINA A PARTIR DO PENSAMENTO DE EDUARDO SUBIRATS Denis Netto Duque da Silva [1] A autonomização do campo artístico, se analisada a partir de uma perspectiva histórica, encontra seus rudimentos no período renascentista e seu florescimento no período moderno, e é a partir da consideração deste arco histórico que se pretende analisar o rompimento do pensamento artístico europeu com a tradição e sua relação com a arte moderna na América Latina; esse desdobramento da arte ao longo da história, que, como dito, tem epicentro na Europa, quando exportado para a América Latina, acaba ameaçando a memória cultural desse povo, funcionando para colocar a arte aí produzida, em uma posição de subserviência, posição essa que se perpetua, pois encontra legitimidade nas instâncias sociais de difusão de informação que, ideologizadas pela industrial cultural, esvaziam a arte de qualquer sentido crítico e cultural propriamente latinos, transformando-a em mercadoria de repr

Resenha da série Boas produções 02/11/2019

Arte da Renascença: um método de estudo proposto por Erwin Panofsky Edvaldo Nazareno Carvalho Faria Iconografia e iconologia: uma introdução ao estudo da Arte da Renascença, de Erwin Panofsky. Ensaio extraído do livro Significado nas Artes Visuais . Tradução de Maria Clara F. Kneese e J. Guinsburg. – 4. ed. – São Paulo: Perspectiva, 2017, pp. 47 a 87. (Debates; vol. 99; dirigida por J. Guinsburg). ISBN: 978-85-273-0243-8. Erwin Panofsky (1892-1968). Historiador e crítico de arte americano nascido na Alemanha. Autor de estudos sobre iconografia e simbologia e a relação da arte com outras manifestações culturais. Arquitetura gótica e escolástica (1951), Significado nas artes visuais (1955). (BARSA, 2004). O autor apresenta no referido ensaio, em suas próprias palavras, “uma introdução ao estudo da Arte da Renascença”, e utiliza, para tanto, dois conceitos: a iconografia e a iconologia. Ele se cerca desses elementos para dar substância à sua aproximação com a arte

Resenha da série Boas produções (2019-b)

ASPECTOS DA ANÁLISE DA OBRA DE ARTE EM ERWIN PANOFSKY Denis Netto Duque da Silva [1] PANOFSKY, Erwin. Iconografia e iconologia: uma introdução ao estudo da Arte da Renascença. In: ______. Significado nas artes visuais . Trad. Maria Clara F. Kneese e J. Guinsburg. 3. ed. São Paulo: Perspectiva, 1991. cap. 1, p. 47-87. Erwin Panofsky, autor de origem alemã, foi um historiador da arte e crítico sendo, dentro dos estudos acadêmicos em iconografia [2] , um dos nomes mais importantes daquilo que se chama método iconológico. O texto em referência se trata de um artigo (que compõe um livro de autoria do mesmo escritor) onde se fará breve estudo iconográfico e iconológico acerca da arte renascentista. Ao longo de suas quarenta páginas, divididas em duas seções, o autor fará, primeiramente, o estabelecimento de alguns conceitos, isto é, uma espécie de inventário de algumas definições, as quais servirão de base para as análises que serão levadas a efeito em obras renascentistas n

Da série de bons textos produzidos nas UAs (agora de Textos filosóficos antigos e medievais).

A REPÚBLICA DE PLATÃO: UM SUCINTO COMENTÁRIO ACERCA DA ARGUMENTAÇÃO INICIAL DO LIVRO X DA REPÚBLICA Por  Denis Netto Duque da Silva Tomando como base o Livro X da República de Platão [1] , o presente escrito se ateve um recorte do texto que pinçou trechos abrangidos pelo intervalo de páginas 321 a 324. Para compreensão deste excerto, o presente trabalho adotou uma estratégia historicista de leitura, buscando embasar seus comentários com o seguinte trajeto: partindo do contexto histórico que conduziu Platão a se tornar filósofo, passando pela crítica feita por este filósofo à poesia, tanto no sentido de discordância, quanto no sentido de necessidade de revisão desse elemento do sistema educacional grego, dado que apresentava como um entrave à realização da justiça; por fim é feita uma análise sobre a repercussão que a crítica platônica à poesia teve na filosofia da posteridade, mais especificamente, na filosofia de Aristóteles. Antes de cinzelar quaisquer consideraçõ