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Mostrando postagens de maio, 2018

Sobre a greve, direitos e privilégios

Segue uma breve reflexão sobre nosso momento histórico, a partir da questão da greve dos caminhoneiros e suas possíveis soluções. (texto originalmente postado em minha página do facebook - peço desculpas pelo caráter informal) Eu penso que esse é um momento no qual é preciso que todos nós entendamos o significado da palavra austeridade, como dificuldades que aceitamos voluntariamente em nome de algo maior. Nessa semana que começa precisamos urgentemente aguentar firme, manter nosso apoio à greve dos caminhoneiros e nossa atenção às saídas ilusórias que o governo possa propor para "resolver" a situação. É claro que há narrativas extremamente divergentes sobre o cenário político e como chegamos até aqui. Mas o fato é que,eu, você, todos nós nos encontramos juntos aqui agora, num daqueles instantes da história capaz de nos tirar em bloco de nossa zona de conforto. Coisas assim não podem ser desperdiçadas. Neste momento não pode haver direita, esquerda ou centro. Devem hav

Inquietações sobre sociedade e cidadania, desejo e violência

Por Marciel Evangelista Cataneo* e Anderson da Silveira** Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL) Este ensaio é registro textual de uma conversa entre os autores, durante a qual partilharam leituras e visões de mundo, do desafio de ser humano e do contexto social atual. Nas linhas que seguem, buscou-se problematizar as noções de desejo e violência que circulam nos discursos contemporâneos. No contexto político-econômico da sociedade de consumo – marcadamente individualista –, a reflexão sobre as possibilidades do estabelecimento de uma vida em sociedade, onde a cidadania seja respeitada, torna-se imperativa. Diante deste cenário, considera-se que a cidadania será possível quando desejarmos, acima de tudo, ser cidadão entre os outros. Introdução  Vivemos em uma sociedade onde o desejo é algo que deve ser saciado de maneira imediata. A cultura do consumismo se impõe. Cresce o individualismo, e a exacerbação dos próprios interesses se sobrepõe aos interesses da coletividade.