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Mostrando postagens de abril, 2019

Como ensino filosofia? # 34 - Educação emocional

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  Em que disciplina, tal como está dado o ensino escolar, há espaço para que o aluno tente compreender o que sente e como lida com suas emoções? Certamente, a filosofia é uma forte candidata, desde que esta demanda esteja no horizonte do ensino.   Nos últimos sete anos de trabalho na escola pública, ficou muito clara a necessidade de trabalhar o aspecto emocional com meus alunos. Ainda que isso estivesse ausente dos propósitos de conteúdo das aulas, na interação diária este “elemento emocional” foi se tornando algo recorrente. Principalmente com do jogo das perguntas (# 19) fui percebendo como o tema das emoções e do modo como cada um de nós lida com elas é capaz chamar a atenção da grande maioria dos alunos, ao ponto de silenciar salas inteiras envolvendo-as em um breve processo de escuta.   Então, se isso se tornou tão significativo no aspecto da minha convivência em sala de aula (#10), por que não trazer para o conteúdo também? Nos últimos tempos, através de pequenas ino

Como ensino filosofia? # 33 - Habilidades e competências

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  A pergunta “para que estou aprendendo isso?” passa constantemente pela cabeça de alunos do ensino médio e, por vezes, se materializa nas vozes de alguns deles. A questão pode assumir um tom de desafio ao professor, mas também pode ser bem recebida como matéria para debate em sala. Contudo, o fato é que esta pergunta também se passa, ou deveria se passar, na mente dos professores enquanto ensinam. Me lembro que em certos dias de crise existencial enquanto educador, naqueles dias em que as coisas definitivamente não vão bem em sala, alguns dos questionamentos que me rodeavam tinham a ver justamente com isso: que diferença fará na vida de meus alunos saber sobre estas coisas que estou tentando ensinar?   Para usar meus próprios conceitos construídos em episódios anteriores (#29), penso que esta pergunta sobre a finalidade de tais e tais conteúdos pode ser colocada e respondida em dois níveis de sentido.   Em um primeiro nível mais insider , isto é, pensado de dentro de

Como ensino filosofia? # 32 - Conceitos essenciais

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  Revirando minhas anotações encontrei este vídeo de 2017 que, embora breve, aponta para um fato significativo sobre o planejamento das minhas aulas de filosofia.      Já desde a minha formação durante a licenciatura sempre estive preocupado com o que ensinar para meus alunos. Naquele momento, me parecia que duas habilidades fundamentais deveriam bastar para fazer um grande professor de filosofia para o ensino médio: ser capaz de estabelecer uma relação humana verdadeira e alcançar um bom nível de companheirismo e cooperação; além disso ter a astúcia de encontrar conteúdos da filosofia que pudessem realmente interessar aos alunos, deixando de figurar como algo distante e alheio.   Quanto à primeira habilidade fui me dedicando ao longo destes anos a desenvolvê-la e praticá-la. Hoje continuo a considerá-la como fundamental. Quanto à segunda, passei a entender que as coisas não são tão simples assim. Essa busca pelo santo graal , isto é, o conjunto de conteúdos capaz

Como ensino filosofia? # 31 - Críticas ao meu ensino de filosofia

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  Como é possível que aquele professor que sempre foi visto como “o diferente” na escola por causa de suas aulas e de seu modo de se relacionar com os alunos esteja aqui classificando seu trabalho no campo da pedagogia tradicional?    De fato não posso negar a presença de vários elementos em minha forma de ensinar filosofia que ultrapassam o molde do ensino tradicional e tem dado bons resultados nos últimos anos. Eles estão justamente apresentados na terceira temporada desta web-série, na forma de princípios gerais e de estratégias concretas. Entretanto, a reflexão de hoje pretende ir ao fundo, analisar a forma básica do meu ensino de filosofia. E aí não há como disfarçar: este fazer em sala de aula, dia após dia, ainda se enquadra no seguinte formato: É verdade que fiz várias adaptações em todos os pontos deste esquema de forma a não deixar as coisas tão monótonas. Assim, - O próprio formato da matéria a copiar no caderno não se resume a textos corridos; por v