Postagens

Mostrando postagens de 2021

Série Boas Práticas - Estética e História da Arte

  Da sétima arte: uma reflexão sartreana sobre Blade Runner [1]     Thiago Kistenmacher Vieira     Introdução   Conforme o enunciado da atividade, poder-se-ia abordar mais do que apenas uma obra para discutir a condição humana a partir do pensamento de algum filósofo abordado na presente disciplina. Para fins de introdução, citemos, por exemplo, que, ao filme Kids (1994), caberia uma abordagem assente no pensamento de Rousseau relativamente à crítica sobre a sociedade, dada a complexa, caótica e decadente vivência daqueles jovens em meio ao crime e às drogas; mas também freudiana, considerando a importância que o filme dá à libido; e, além desta, esse filme autorizaria uma discussão heideggeriana, vista a possibilidade de divisarmos, ali, uma vida inautêntica e um total afastamento do Ser; o filme Laranja Mecânica (1971), por seu turno, poderia contar com uma análise hobbesiana no que se refere à necessidade do Estado para controlar o ímpeto agressivo dos sujeitos; O Ho

Série Boas práticas - Reflexão sobre o Homem na Filosofia

  O ser-aí no deserto   Por: Luiz Gustavo Duarte   O filme “O céu que nos protege” ( The Sheltering Sky , no original), lançado em 1990 e dirigido por Bernardo Bertolucci, retrata a viagem de um casal estadunidense, Kit (Debra Winger) e Port (John Malkovich) para a Argélia, África, na esperança de ressignificar sua própria relação através de uma excursão pelo Saara. O casal é jovem, e vai acompanhado de outro jovem chamado Tunner (Campbell Scott), que está na viagem como quase um “intruso”, já que ele está presente por uma espécie de autoconvite para tal. Eles compartilham uma falta que a técnica do mundo não estava conseguindo preencher. É dessa necessidade que surge a viagem, que ao longo do filme é explorada de modo mais minucioso, seja nas dificuldades do relacionamento do casal, ou nas traições de Kit e Port. Tal a movimentação pelo inóspito e diferente, percorre em uma tentativa de se lançarem num território não preenchido com toda esta técnica presente nos locais de ond

Série Boas práticas - Estética e História da Arte

Imagem
  O Movimento Modernista e a Escultura Pernambucana João Eduardo Chagas Sobral Acadêmico do curso de Bacharelado em Filosofia da Unisul Digital   Em uma abordagem dissertativo-argumentativa, este texto expõe a relação entre Arte e Política, destacando a Vanguarda Modernista da segunda metade do século XX. O argumento parte do artista pernambucano Abelardo Germano da Hora (1924-2014), especialmente para a obra Menino de Mocambo (Figura 01) como parte de um conjunto de esculturas e desenhos realizadas na década de 60, em que denuncia a miséria das crianças na periferia da cidade do Recife. Este texto configura-se como introdutório e se destina a um público não familiarizado com o tema.   Figura 1 - Menino de Mocambo Fonte: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. web, 2021.           Nesta dissertação entende-se a política na perspectiva proposta por Bobbio (2016, p. 954), que a considera em seu significado clássico e moderno como “[...] tudo que se refere

Série - Boas práticas - UA Filosofia, Educação e Sociedade

  Conscientização e Autonomia ou Reprodução Capitalista, Eis a Questão     Alexandre Antonio Bruno da Silva [1]   Meu pai não tinha educação. Ainda me lembro era um grande coração. Ganhava a vida com muito suor. E mesmo assim não podia ser pior. (..) Meu pai cuidava de toda a família. Sem perceber segui a mesma trilha. (..) Marvin, a vida é pra valer. Eu fiz o meu melhor. E o seu destino eu sei de cor. (REIS, 1984)     1.    Introdução O trecho da música, em epígrafe, embalou boa parte dos anos 1980 e 1990. Mesmo atualmente, não é raro ouvir os seus acordes e a sua letra pelas ondas do rádio. Ela, apesar de ser uma versão de uma música norte-americana, não fosse pela “E então um dia uma forte chuva veio” poderia muito bem retratar a vida no sertão nordestino. Afinal, “miséria é miséria em qualquer parte, riqueza são diferentes” (ARNALDO; MIKLOS; BRITTO, 1989). Lendo sobre a obra de Paulo Freire, observa-se que o primeiro experimento de sua pedagogia foi na cidade de