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Séria Boas práticas - Resenha

  UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA – Unisul Campus Virtual Avaliação a Distância (AD) Curso: Filosofia, UA: Discurso Filosófico Prof.: Carlos Euclides Marques Nome: Marta Vasconcelos Bistene Aires Data: 04/11/2020   SAUNDERS, Clare; MOSSLEY, David; ROSS, George MacDonald; LAMB, Danielle; CLOSS, Julie. Como estudar filosofia : guia prático para estudantes. Porto Alegre: Artmed, 2009.   A discussão como um método prático               A obra Como Estudar Filosofia reúne de forma didática o conhecimento e experiências de cinco autores: Clare Saunders, David Mossley, George MacDonald Ross, Danielle Lamb e Julie Closs − todos filósofos de renomadas universidades do Reino Unido −, constituindo uma espécie de manual prático direcionado para alunos de filosofia numa sequência lógica acerca da aprendizagem desde por que estudar filosofia até a forma de pesquisar. Contudo, somente o capítulo quatro, sobre discussão, será destrinchados a seguir.             No capítul

Série Boas práticas- Filosofia na Idade Média 2020b

  A (in)conciliável integração da fé com a razão   Ricardo Z. Fiegenbaum               Num pequeno livro intitulado Crer é também pensar , o teólogo presbiteriano inglês, John Stott, defende a ideia de que é impossível a fé sem a razão ou, nas suas palavras, crer sem pensar. Para ele, a fé não dispensa o uso da mente e, portanto, não é assunto apenas do coração, embora ele veja em três grupos da sociedade contemporânea a prevalência do emocionalismo e do subjetivismo em detrimento da razão. São eles os católicos, porque estão arraigados no ritualismo e não realizam um culto racional; os cristãos radicais, porque não conseguem se desprender da ação social, e os neopentecostais, que realizam um cristianismo de mente vazia, porque se baseiam em experiências particulares e fazem delas suas doutrinas. Os três segmentos mostram sintomas de “uma mesma doença, o ante intelectualismo”. Com base em citações da Bíblia, Stott prega que a fé é essencialmente racional, é basicamente o ato de

Série Boas produções - Textos filosóficos modernos e contemporâneos - 2020b

Textos do acadêmico Hugo Lanz Costa                                    Abaixo, exponho a passagem sob a qual serão produzidos os dois textos conforme proposto para esta atividade, ou seja, um texto explicando e outro comentando esta mesma passagem que, por sua vez, é composta pelos dois aforismos selecionados a partir da obra Novum Organum de Francis Bacon. Os dois aforismos selecionados são o XIX e o XX que, conforme a seguir, os reproduzo: Aforismo XIX:   Só há e só pode haver duas vias para a investigação e para a descoberta da verdade. Uma, que consiste no saltar-se das sensações e das coisas particulares aos axiomas mais gerais e, a seguir, descobrirem-se os axiomas intermediários a partir desses princípios e de sua inamovível verdade. Esta é a que ora se segue. A outra, que recolhe os axiomas dos dados dos sentidos e particulares, ascendendo contínua e gradualmente até alcançar, em último lugar, os princípios de máxima generalidade. Este é o verdadeiro caminho, porém ainda

Série Boas produções - Textos filosóficos antigos - explicar e comentar textos

  Passagem escolhida:   - E diante disso, Gláucon, com que base podemos sustentar ou argumentar que a injustiça, o desregramento e a realização de atos vergonhosos são vantajosos, uma vez que mesmo que alguém possa disso extrair mais dinheiro ou poder, isso tornará piores as pessoas? - Não há como fazê-lo. - E como sustentar que cometer injustiça sem ser descoberto e ser punido por isso é vantajoso ou proveitoso? Não se torna a pessoa que permanece sem ser detectada ainda pior, enquanto a parte animal daquela que é detectada é acalmada e domada, permitindo a liberação da parte dócil, de maneira que a alma toda se enquadra em sua melhor natureza, alcança moderação, justiça e sabedoria em uma condição mais valiosa do que a condição na qual se possui um corpo forte, belo, saudável, uma vez que a própria alma é mais valiosa do que o corpo? - Com toda a certeza”, ele disse. (PLATÃO, A República , IX, 591a).   Texto Explicativo   Moderação e Justiça como significação da f

Séria Boas práticas - Textos filosóficos antigos e medievais 2020b - explicação e comentário

  A passagem escolhida   A passagem a seguir é um diálogo entre Adimanto e Sócrates. Adimanto pergunta a Sócrates:   – A que malfeitorias te referes? – Por exemplo, roubam, assaltam casas, vão às carteiras, tiram a roupa, saqueiam os templos, vendem como escravos pessoas livres; há-os que são delatores, quando têm capacidade de falar, que são falsas testemunhas e que aceitam subornos. – São realmente pequenas malfeitorias, se esses homens forem em pequeno número! – Sim, porque o pequeno é pequeno em comparação com o que é grande, e todas estas malfeitorias, comparadas com o que é um tirano, relativamente à perversão e desgraça de uma cidade, não lhe chegam, como é costume dizer-se, aos calcanhares. Porém, quando num Estado há muitas pessoas desse jaez, e são muitos os que as seguem, e eles se apercebem do seu número, então são esses os que, com a cumplicidade da estupidez do povo, geram um tirano, que será aquele que, dentre todos, albergar na sua alma o tirano maior e m

Série Boas produções Textos filosóficos antigos e medievais 2020b Explicação e comentário

  Anotações sobre a educação na República platônica   Bruno Nunes Batista               Obra capital da Filosofia Antiga e contribuição que se alastra no âmbito da Teoria do Conhecimento, da Metafísica, da Política, da Estética, da Ontologia e da Ética, A República , de Platão, tornou-se de fato um texto monumental para compreender a tradição filosófica ocidental. Ao longo dos seus livros, as nuances são inúmeras e as entradas múltiplas, de forma que um resumo geral do que o filósofo grego quis dizer ao longo dos seus dez livros é uma tarefa tanto impossível quanto lastimável, haja visto que esse clássico deve ser lido minuciosamente, pois cada parágrafo nos reserva um interior de possibilidades. Consequentemente, ao analista cabe realizar escolhas e estabelecer procedimentos, para que assim possa apreender nos detalhes o que Platão estava, com efeito, a dizer. Este é o objetivo deste pequeno ensaio. Tomando por base uma passagem do Livro IX, na qual a educação das crianças na

Série Boas produções - 2020-2 -Textos filosóficos antiigos e medievais

  Os Guardiões poderão ser felizes no Estado proposto por Platão em A República Uma leitura filosófica   João Eduardo Chagas Sobral   O presente trabalho apresenta como objetivo dissertar sobre uma leitura e uma possível interpretação textual do recorte Os guardiões serão felizes? , parte do livro A República contido nos Livros IV (419a-420a) e V (465a). Entretanto, para fundamentar a explicação, foram visitados também, partes anteriores e posteriores a este recorte. Ao longo da dissertação destaca-se ainda a estrutura do texto, onde são apontadas marcas intratextuais, imagens, hipóteses e desvios realizados pelo autor. A leitura foi realizada com base no livro, A República (ou da Justiça ) , tradução realizada por Edson Bini e publicado pela editora Edipro, 3ª edição em 2019. A metodologia utilizada nesta leitura se caracterizada como dogmática e explicativa, já que questões históricas e de contexto não serão abordadas, restringindo-se, portanto, à estrutura interna