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Mostrando postagens de agosto, 2019

Da série Bons trabalhos - Estética e História da Arte

Negro Drama Felipe de Souza Silva [1] A organização societal brasileira, malgrado ser formalmente democrática, foi historicamente arquitetada para atender a uma dupla exploração: a externa (dos “de fora” sobre os “de dentro”) e a interna (dos da elite “de cima” sobre os da massa “de baixo”). Passível de ser endossada por homens como Florestan Fernandes, essa análise não foi produzida nos gabinetes de alguma academia, mas é o retrato de um Brasil cantado que se deixa encontrar nas músicas do grupo de rap nacional Racionais MC’s, cujo álbum Sobrevivendo no Inferno passou inclusive a ser cobrado em vestibulares, como o da UNICAMP.   Apesar das assimetrias econômicas e sociais brasileiras, seu fator político de acomodação é muitas vezes mascarado por sistemas simbólicos – dentre eles o musical – comprometidos com a manutenção do status quo , funcionando como instâncias de legitimação ideológica em vez de espaços abertos de emancipação. Esse tipo de “compromisso” parece não fazer