Série - Boas práticas - UA Filosofia, Educação e Sociedade
Conscientização e Autonomia
ou Reprodução Capitalista, Eis a Questão
Alexandre Antonio Bruno
da Silva[1]
Meu pai não tinha educação. Ainda me lembro era um
grande coração. Ganhava a vida com muito suor. E mesmo assim não podia ser pior.
(..) Meu pai cuidava de toda a família. Sem perceber segui a mesma trilha. (..)
Marvin, a vida é pra valer. Eu fiz o meu melhor. E o seu destino eu sei de cor.
(REIS, 1984)
1. Introdução
O trecho da música, em epígrafe, embalou boa parte dos anos 1980 e 1990.
Mesmo atualmente, não é raro ouvir os seus acordes e a sua letra pelas ondas do
rádio. Ela, apesar de ser uma versão de uma música norte-americana, não fosse
pela “E então um dia uma forte chuva veio” poderia muito bem retratar a vida no
sertão nordestino. Afinal, “miséria é miséria em qualquer parte, riqueza são
diferentes” (ARNALDO; MIKLOS; BRITTO, 1989).
Lendo sobre a obra de Paulo Freire, observa-se que o primeiro
experimento de sua pedagogia foi na cidade de Angicos-RN, em 1963. Quem conheceu
a cidade no passado sabe do sentido pioneiro enfrentado. Sol, poeira, meninos
descalços pela rua, um cachorro magro que observa, pessoas sentadas nas toscas calçadas.
Essa foi a imagem que tive quando um dia, ali pelo início dos anos 1980, mal-informado,
em viagem de Fortaleza à Natal entrei na cidade.
Lendo as placas na rodovia, deparei-me com “ANGICOS”, não pensei duas
vezes, entrei na cidade, à procura do local em que teria sido morto Lampião (Grota
de Angico - SE). Geograficamente o erro foi imenso, mas quantificável, cerca de
713km cortando o sertão nordestino. Entretanto, o nome da cidade ficou em minha
cabeça, nunca pensei que algo importante um dia tivesse ocorrido por aqueles
lados. Bem, novamente estava enganado, talvez o engano tenha sido maior ainda,
afinal, a experiencia de Paulo Freire ainda não floresceu como deveria, ainda há
de reverberar.
Na disciplina “Filosofia, Educação e Sociedade”, ministrada pelo Prof.
Carlos Euclides Marques, fomos instados a comparar duas perspectivas pedagógicas
lecionadas. Para atender a esse desiderato, inicialmente, apresenta-se a Pedagogia
Liberal. Nesse momento, serão mostrados de maneira sintética: as características,
os principais filósofos que serviram de base para o modelo proposto e o modo como
esse modelo de educação se adequa ao “espirito capitalista”.
Vencida a primeira etapa, apresenta-se um representante da pedagogia
histórico-social. Pela sua importância, também de maneira sintética, são exploradas
as concepções de Paulo Freire. Da mesma forma, aponta-se sua base teórica (filosófica,
sociológica e psicológica), características essenciais e as repercussões sociais
esperadas pelo modelo.
Feito isso, partiremos para a parte final do texto, buscando comparar
as duas perspectivas educacionais, tecendo breves comentários acerca das repercussões
sociais de cada prática educacional.
2. Desenvolvimento
A Pedagogia Liberal se caracteriza pela sua adequação ao capitalismo e
à oposição entre as classes sociais, por ele instituída. Nesse sentido, a
educação visa atender não só a aprendizagem das primeiras letras, mas a atender
às necessidades do mercado. Verifica-se, entretanto, um certo dualismo, pois ao
mesmo tempo que educa futuros trabalhadores, faz o mesmo para as classes mais abastadas.
Dessa forma, existe uma proposta de escolarização em massa, para o mercado de
trabalho. Além dessa face, uma minoria de educandos, mediante rigorosa disciplina,
recebe educação que privilegia uma educação humanista, ligada à cultura clássica
e à formação intelectual (TARGA, 2015, p. 66).
Em outras palavras, a própria educação é responsável pela reprodução
do modelo capitalista, aumentando o fosso que separa elite e trabalhadores,
desde tenra idade. Assim, a disparidade social é mantida, sob a justificativa
de que o talento e a capacidade dos homens não são iguais, sendo certo que “os
mais aptos” alcançam o sucesso nos negócios. Verifica-se que a existência de
dois tipos de ensino não entra em contradição com os pressupostos individualistas
liberais, cuja preocupação básica é o cultivo dos interesses individuais, e não
sociais (TARGA, 2015, p. 66). Pelo contrário, serve de ponte para o estabelecimento
da uma nefasta meritocracia, onde os que recebem a educação inferior e
massificada tem poucas chances perante os educados, desde sempre, para serem novos
membros da elite.
Em plena consonância com o espírito
empreendedor e autônomo do homem burguês, a teoria liberalista defenderá o
individualismo, a liberdade, o direito à propriedade e à igualdade, e a
obrigação do Estado em garantir a segurança do cidadão, de seus direitos e propriedades.
Suas bases teóricas conjugam o liberalismo econômico e o liberalismo político,
representados inicialmente pela teoria econômica de Adam Smith, pelo
contratualismo de John Locke e pelas ideias de outros grandes pensadores como
Voltaire, Montesquieu e Kant (TARGA, 2015, p. 64)
Apesar da base filosófica sólida e relevante, a História mostra que a hegemonia
dos interesses burgueses rapidamente instaurou uma sociedade dividida em classes.
No novo formato de sociedade, de um lado se encontravam os proprietários dos
meios de produção e no outro, a classe trabalhadora, quase sempre disponível
para alienar a sua força de trabalhado, sem compartilhar de maneira direta os
resultados de sua produção. Assim, sofrendo recorrentes reformulações, o
liberalismo deixa de ser apenas o conjunto de ideias humanistas que motivaram as
revoluções burguesas para se converter na ideologia que atende aos interesses
capitalistas.
Dante Carvalho Targa sistematiza de maneira esclarecedora as
características da Pedagogia Liberal Tradicional. Nela o papel da escola é o de
transmitir o conhecimento, ao mesmo tempo que prepara intelectualmente e moralmente
o educando para os seus futuros papeis sociais. Em relação à relação entre professores
e alunos se verifica que o professor é a figura central na prática educacional.
Desta forma, cabe ao aluno apenas receber e memorizar o conhecimento transferido
pelo professor. Em relação à metodologia empregada o professor apresenta o tema
aos alunos, estabelecendo os conteúdos lógico em relação ao programa da disciplina.
É dada ênfase a exercícios, cópias, leituras repetitivas e memorização de
conceitos e fórmulas. Ao mesmo tempo, estimula-se o individualismo e a competição.
Em relação à avaliação, valorizam-se os aspectos quantitativos ligados à
memorização e a reprodução de conteúdo.
Paulo Freire termina por ser um crítico da prática escolar liberal, constituindo-se
em um dos mais notáveis pensadores da história da pedagogia. Segundo dados do
Google Scholar, trata-se do terceiro autor mais citado do mundo. Além disso,
dados do Open Syllabus apontam que a sua obra “´Pedagogia do Oprimido” está entre
os 100 livros mais pedidos em universidade de língua inglesa (PAIVA, 2021). Apenas
esses dados já seriam suficientes para demonstrar a importância do estudo de sua
obra. Entretanto, principalmente no Brasil, nos últimos anos, o autor vem
recebendo algumas críticas, geralmente, não abalizadas. Não sem motivo, estas partem
de pessoas que não têm qualquer conhecimento da sua obra, nem das possibilidades
apresentadas pelo seu método de ensino.
Paulo Freire busca aproximar o conteúdo estudados em sala de aula, com
a vida cotidiana dos estudantes, possibilidade uma melhor conexão entre
educandos e o conteúdo de aprendizagem. Para ele, estudar não era um mero ato
de consumir ideias, mas sim de criá-las e recriá-las. Baseado no diálogo, o método
busca conduzir os educandos no ingresso no mundo das letras a partir dos seus
próprios passos. Ressalte-se que o método foi criado para o ensino de
analfabetos ou semianalfabetos adultos, membros de segmentos marginalizados da
sociedade (TARGA, 2015, p. 126).
A Pedagogia Libertadora ou Pedagogia do Oprimido, como sua teoria passou
a ser conhecida, compreende a educação como instrumento para despertar a consciência
das classes exploradas. É a partir dessa consciência que o educando compreende
a sua situação e deve agir em favor de sua libertação. Não há como ler a obra
de Paulo Freire e não lembrar das lições do indiano Amartya Kumar Sen, economista,
autor da obra “Desenvolvimento como Liberdade”, que defende que “a expansão da
liberdade é vista [..] como o principal fim e o principal meio do
desenvolvimento” (SEN, 2000, p. 10).
Segundo Torga, o pensamento de Paulo Freire conjuga diversas influências,
por vezes conflitantes, que harmonizadas visam a conscientização das classes
oprimidas. Desta forma, é possível
destacar influencias do existencialismo cristão, do materialismo histórico, da
dialética hegeliana e da fenomenologia.
A influência de Marx em sua obra provém
do reconhecimento da elitização dos bens culturais pela sociedade burguesa,
fonte de alienação e exclusão da classe trabalhadora. Da dialética e da
fenomenologia provém a ênfase na educação através do diálogo, fruto do encontro
e da interação entre educador e educando, ambos mediatizados pelo mundo e pelos
objetos do conhecimento que aí se mostram. Dos valores cristãos Freire traz
para o ato de ensinar o profundo amor ao próximo e a compaixão pela condição
sofrida das classes menos favorecidas pelo sistema capitalista (TARGA, 2015, p.
128)
Além disso, impossível não ver a influência de Gramsci em Paulo Freire.
Segundo aquele, ao retornar à noção de dialética, é importante recusar a ideia
de uma relação determinista e estática entre a base e a superestrutura social. Nesse
sentido, as relações entre o trabalho, a cultura e a educação são ativas e se influenciam
mutuamente. Desta forma, não é apenas pelo aparato econômico do capitalismo que
o Estado burguês consegue manter-se no poder. Antes, a dimensão da cultura e da
educação também é responsável por sustentar os ideais pertencentes à classe
dominante. Assim, Gramsci vai um pouco além das ideias de Marx, reconhecendo na
estrutura da sociedade de classes um fator cultural. A burguesia se estabelece
como classe hegemônica na medida em que os seus valores são compartilhados
também pela classe trabalhadora, que visa alcançar a mesma posição ocupada pela
elite (TARGA, 2015, p. 77).
Apesar da sua grande importância, verifica-se que diferente das várias
correntes pedagógicas apresentadas no livro texto, a força do pensamento de
Paulo Freire não está na sistematização de métodos ou conteúdos, mas na “sua reflexão
filosófica acerca do ato de educar, da postura do educador e do papel da
educação em nossa sociedade” (TARGA, 2015, p. 131). Seguindo a perspectiva
histórico-crítica, o autor compreende o homem a partir de uma visão mais abrangente,
considerando o caráter autônomo frente à realidade. Nesse sentido, o homem
possui a capacidade de não só intervir, mas de modificar o mundo à sua volta.
Desta forma, depreende-se que o homem é um ser aberto à realidade, à
medida que o homem não apenas vive no mundo, mas está aberto a temporalidade. “O homem existe – existere – no tempo.
Está dentro. Está fora. Herda. Incorpora. Modifica” (FREIRE, 1980, p. 41). Além
disso, o homem é um ser inacabado, que estabelece no mundo não apenas relações
naturais, mas culturais. Assim, ao interferir na realidade que o rodeia, o
homem é capaz de criar novas coisas, desenvolver o conhecimento e construir o
seu próprio mundo, que não é determinado apenas penas natureza, mas também pela
cultura (TARGA, 2015, p. 131). É exatamente a forma inacabada da existência
humana que caracteriza a sua liberdade. Na medida em quem o homem constrói a
sua própria realidade histórica e cultural ganha a possibilidade de “discernir,
avaliar, repensar e modificar esta realidade” (TARGA, 2015, p. 132).
Entretanto, essa tarefa não é das mais fáceis, uma vez que a sociedade se
encontra dividida entre opressores e oprimidos.
Os opressores tem como interesse a manutenção do seu status quo, através
da acomodação da classe oprimida. Os oprimidos, sem contar com os recursos para
a sua humanização, adequam-se à estrutura da sociedade e suas desigualdades, muitas
vezes, ignorando, inclusive, a condição concreta de opressão em que vivem. Desta
forma, somente a partir da tomada de consciência da situação de opressão que os
homens podem questionar acerca de outras possiblidades de organização social (TARGA,
2015, p. 132)
Uma das grandes, senão a maior, tragédia
do homem moderno, está em que é hoje dominado pela força dos mitos e comandado
pela publicidade organizada, ideológica ou não, e por isso vem renunciando cada
vez, sem o saber, à sua capacidade de decidir. Vem sendo expulso da órbita das
decisões. As tarefas de seu tempo não são captadas pelo homem simples, mas a ele
apresentadas por uma “elite” que as interpreta e lhas entrega em forma de
receita, de prescrição a ser seguida. E, quando julga que se salva seguindo as
prescrições, afoga-se no anonimato nivelador da massificação, sem esperança e
sem fé, domesticado e acomodado: já não é sujeito. Rebaixa-se a puro objeto.
Coisifica-se. (FREIRE, 2000, p. 51).
Nessa exposição do pensamento da obra de Paulo Freire, verifica-se a
aproximação do oprimido com o conceito de alienação marxista, consequência da
separação, através da divisão técnica, entre o homem e o resultado direto do
seu trabalho. Entretanto, ao mesmo tempo, verifica-se que para o autor a
educação tem um caráter eminentemente democrático, voltado para a transformação
social. Ressalte-se, entretanto, esta concepção não é a mesma presente na pedagogia
liberal. Não se apresenta aqui a ideia de uma “escola redentora da humanidade”.
Por fim, é importante dizer que o pensamento de Paulo Freire não se confunde
com uma mera mobilização política, através de ideologias. Indo além, busca
permitir que cada homem possa reconhecer-se como um ser autônomo, capaz de agir
e tomar decisões próprias, sejam elas quais forem (TARGA, 1015, p. 133)
As diferenças entre os modelos são bastante claras. É o próprio Paulo Freire
quem nos auxilia na identificação das diferenças. Na prática liberal a
transmissão do conhecimento ocorre de maneira vertical e passiva, onde os
educandos são considerados receptores neutros, arquivando os conhecimentos através
da memorização (educação bancária). Enquanto isso, no modelo proposto por Paulo
Freire existe uma construção comum do conhecimento.
Além disso, como já assinalado, verifica-se na prática educacional liberal
o modelo de reprodução capitalista de divisão de classes, escamoteado pela
ideia de meritocracia, onde os mais aptos conseguem galgar as melhores posições
sociais. Entretanto, verifica-se que já no ensino básico as diferenças sociais
são reforçadas. Desta forma, dificilmente alguém das classes mais baixas
consegue superar as diferenças e atingir um bom lugar na sociedade. Enquanto
isso, a visão da pedagogia de Paulo Freire busca o oposto, a emancipação das
classes mais populares, opondo-se ao processo de alienação, estimulando a conscientização
do educando. É óbvio que esse processo não é dos mais fáceis uma vez que os
oprimidos “hospedam” o opressor, talvez esse seja o maior desafio, a conscientização
(TARGA, 2015, p. 137).
Na busca por algo em comum, acredita-se que ambas as práticas pedagógicas,
apesar de distantes, gozam de uma excelente base filosófica. Como assinalado, a
Prática Liberal segue influências de Adam Smith, John Locke, Voltaire,
Montesquieu e Kant. Do outro lado, Paulo Freire foi influenciado por Karl Marx,
Gramsci, Hegel ao recursar a ideia de uma relação determinista e estática entre
a base e a superestrutura social, isto é, entre economia e ideologia.
3. Conclusão
Os estudos empreendidos deixaram claras as ligações existentes entre
filosofia, pedagogia e sociedade. As ideias filosóficas liberais terminaram por
idealizar um formato de educação que redundou em um modelo característico de sociedade.
Da mesma forma, as práticas histórico-sociais se mostram capazes de provocar grandes
mudanças sociais.
Nesse sentido, para países com grande desnivelamento social como o Brasil,
autores como Paulo Freire não perdem a sua importância. Através de sua obra é possível
verificar que, mais que a preocupação com os conteúdos apresentados, a educação
deve ter o objetivo de transformar a sociedade. Para isso, é necessário que os indivíduos
tomam consciência do lugar que ocupam nessa sociedade. É preciso saber de onde
se sai, onde se quer chegar e quais os caminhos que podem levar ao sucesso.
A partir das leituras acerca de cada modelo pedagógico, verifica-se
que cada um deles visa atender a certos interesses, a certas ideologias,
portanto, a certas filosofias. Cada uma delas merece críticas, mas é impossível
não observar que países como o Brasil, onde boa parte do povo é oprimida, a
importância da pedagogia do oprimido de Paulo Freire.
Bibliografia
ANTUNES, Arnaldo;
MIKLOS, Paulo; BRITTO, Sérgio. Miséria. 1989. Disponível em: https://www.letras.mus.br/titas/48984/.
Acesso em: 02 mai. 2021.
FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade.
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2000.
PAIVA, Vitor. Paulo
Freire é terceiro teórico mais citado em trabalhos acadêmicos no mundo.
Disponível em: https://www.hypeness.com.br/2016/06/paulo-freire-e-terceiro-teorico-mais-citado-em-trabalhos-academicos-no-mundo/.
Acesso em 02 mai. 2021.
REIS, Nando. Marvin.
1984. Disponível em: https://www.ouvirmusica.com.br/nando-reis/96677/.
Acesso em: 02 mai. 2021.
SEN, Amartya. Desenvolvimento
como Liberdade. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
[1]
Bacharelando em Filosofia da Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL). Pós-Doutor
pela Universidade de Sevilha. Doutor em Direito pela Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo (PUC/SP). Doutorando em Ciência Política, pela
Universidade Estadual do Ceará (UECE). Mestre em Direito pela UFC/CE. Mestre em
Informática pela PUC/RJ. Professor do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu
do Centro Universitário Christus (UNICHRISTUS). Professor Adjunto da
Universidade Estadual do Ceará (UECE). Auditor-Fiscal do Trabalho. Centro
Universitário Christus (UNICHRISTUS), Universidade Estadual do Ceará (UECE) –
Brasil. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-2799-4036 Lattes:
http://lattes.cnpq.br/2523315941972263. E-mail: alexandre.bruno@unichristus.edu.br.
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