Inquietações sobre sociedade e cidadania, desejo e violência

Por Marciel Evangelista Cataneo* e Anderson da Silveira**
Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL)

Este ensaio é registro textual de uma conversa entre os autores, durante a qual partilharam leituras e visões de mundo, do desafio de ser humano e do contexto social atual. Nas linhas que seguem, buscou-se problematizar as noções de desejo e violência que circulam nos discursos contemporâneos. No contexto político-econômico da sociedade de consumo – marcadamente individualista –, a reflexão sobre as possibilidades do estabelecimento de uma vida em sociedade, onde a cidadania seja respeitada, torna-se imperativa. Diante deste cenário, considera-se que a cidadania será possível quando desejarmos, acima de tudo, ser cidadão entre os outros.

Introdução 

Vivemos em uma sociedade onde o desejo é algo que deve ser saciado de maneira imediata. A cultura do consumismo se impõe. Cresce o individualismo, e a exacerbação dos próprios interesses se sobrepõe aos interesses da coletividade. Neste cenário, a política é uma atividade inviabilizada, sem sentido, sem futuro. A cultura do consumismo reifica todos os fenômenos transcendentais do ser humano. O amor, a esperança, a felicidade são transformados em coisas. A vida, imanência extrema, busca significado e sentido em produtos imanentes. O dinheiro não é mais, simplesmente, um pedaço de papel. Tempos difíceis para o projeto societário. O “animal político”, o “ser social”, não precisa mais dos outros para ser. Ele produz os novos deuses dos novos tempos: o “eu” e o “dinheiro”. E, neste novo credo, o desejo e a possibilidade de uso da violência para assegurá-los caminham lado a lado.

Este ensaio representa um registro textual de conversa entre os autores, durante a qual partilharam leituras e visões de mundo, do desafio de ser humano e do contexto social atual. Tem por objetivo partilhar estas reflexões e inquietações e problematizar a relação entre desejo e violência, na forma como este fenômeno se manifesta contemporaneamente.

Historicamente, a humanidade se constituiu marcada por atos de violência, seja ela simbólica no que tange às questões psicossociais, ou materializada em atos de agressão contra a vida humana na sua dimensão biológica. Para tanto, há que se problematizarem as noções de violência e desejo, buscando entender como se têm engendrado e manifestado no cenário hodierno.

* Coordenador do Curso de Bacharel em Filosofia da UnisulVirtual
** Acadêmico do Curso de Bacharel em Filosofia da UnisulVirtual

Leia o texto completo no link http://sites.unisul.br/nesc/wp-content/uploads/2017/07/Livro-I_Paz-Social-NESC.pdf

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