Caminhada para a Pedra Branca
A SÓKHRATES NO MORRO DA PEDRA BRANCA: O SOPRO DE UMA
HUMANIDADE SOLIDÁRIA
Carlos Euclides Marques
Neste
final de semana passado, 26/11/17, um grupo de estudantes professores e,
principalmente de membro de uma das culturas originárias desta Terra Brasilis,
os Guaranis, subiram uma das trilhas que leva ao topo da Pedra Branca, no
município de Palhoça, em Santa Catarina. Uma subida de mais ou menos uma hora
dependendo do preparo físico daqueles que se embrenharam na mata por uma trilha,
em certos momentos, íngreme, mas acolhedora. Sim, acolhedora, pois nos ofereceu
sombra, a maior parte do trajeto, água fresca e potável em dois pontos. Prova
do acolhimento dado pela natureza ao ser humano, dito civilizado, que nem
sempre a retribui de forma similar. Já no caminho de ida antes da chegada à
entrada da trilha, a prova de uma civilização, por vezes, avessa à Natureza:
rasgos imensos cortam vales para dar lugar, futuramente, àqueles que, já faz
tempo, Le Corbusier denominou “monstros da modernidade”: um tipo veloz, que
cospe uma fumaça poluente e, em grandes grupos, tende a ficar vagaroso,
barulhento... Estou me referindo aos automóveis... Mas, deixemos este de lado e
votemos a nossa subida à Pedra Branca.
Qual
foi o objetivo desta caminhada? Um deles foi o pré-lançamento da Rede Social
Sokhrates, que tem por objetivo destinar 70% de sua arrecadação para projetos
sociais e ambientais. Eis uma iniciativa que parece nos indicar que, algumas
vezes, alguns civilizados usam do desenvolvimento tecnológico para melhor as
condições de vida daqueles — humanos ou não — desprovidos de assistência ou
marginalizados por certo tipo de civilização... Entretanto, o maior objetivo
apareceu nas falas e nas orações dos representando dos povos originários que
num tom acolhedor, rezaram para sua grande divindade, Nhamandú, solicitando paz, prosperidade para todos da terra. Sem
demonstração de rancor solicitaram que conhecêssemos melhor sua cultura, para
que, a conhecendo, possamos respeitá-la. Trata-se de uma solicitação simples,
mas de grande sabedoria. Em tempos de intolerância mais virulenta e a flor da
pele desta Terra Brasilis, procurar ouvir um pouco o outro, conhecer o
diferente para proferirmos juízos sobre este que, num primeiro momento, podemos
tomar como estranho e, por estranharmos, às vezes, agimos resistindo a este, se
faz necessário.
Que
sejamos alegres como muitos dos infantes destes povos originários que, na
volta, desciam aceleradamente a trilha, brincando, cantando e reproduzindo sons
da natureza. É na partilha que podemos ser mais, pois não há como ser feliz num
mundo onde muitos são desprovidos da vida no seu sentido mais pleno. Que o
vento sopre a bandeira da Sokhrates. Mas, mais que isto que sopre o espírito de
uma humanidade solidária.
Fantástica iniciativa Carlos! Poderia deixar um link para esta rede Sokhrates, ou fazer outra postagem para conhecermos melhor.
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